Como recondicionar os músculos do períneo no pós-parto
Como recondicionar os músculos do períneo no pós-parto
Músculos do períneo no pós-parto: enfraquecimento e recondicionamento
Durante a gestação nosso corpo sofre um aumento de peso constante que varia em cada mulher. Em alguns casos, o aumento de peso é muito importante e além do esperado, fazendo com que haja uma sobrecarrega não somente na coluna e outras articulações do nosso corpo como também na musculatura do chamado “assoalho pélvico”.
O assoalho pélvico é um conjunto de músculos que situam-se na região pélvica ( região inferior da bacia) e que asseguram um bom apoio e uma boa sustentação dos órgãos internos situados nessa região, como a bexiga e o reto por exemplo. Outra função desses músculos é garantir um bom funcionamento dos esfíncteres (anais e uretrais) através de movimentos voluntários controlando, assim, a continência urinária e fecal e participando ativamente no ato sexual através de contrações.
No contexto de uma gravidez, o excesso de peso ( peso da mãe mais o do feto) e/ou a passagem do bebê pelo canal vaginal ( no caso de partos normais), com ou sem episiotomia; o número de gestações, etc causam uma frouxidão desses músculos que pode levar à futuros problemas de incontinência (tanto urinária quanto fecal), além de alterações da musculatura vaginal, observadas no ato sexual.
Nesse momento e, dependendo do grau de fraqueza, a fisioterapia uroginecológica pode trazer muitos benefícios, além de tratar de forma eficiente esse “descondicionamento” muscular. Existem várias formas de fortalecimento e cabe ao fisioterapeuta, juntamente com a paciente, escolher o mais adaptado a cada caso. A duração também varia mas têm-se já bons resultados com 10 sessões.
Em alguns países Europeus a reeducação do períneo pós-parto é levada bem à sério, e a mamãe já começa o programa de fortalecimento a partir de 40 dias após o nascimento do bebê. Antes, uma avaliação é feita pelo ginecologista e este pode liberá-la para iniciar o programa. Na França, por exemplo, o governo reembolsa 10 sessões de fisioterapia uroginecológica pós-parto à todas as mamães, independentes se tiveram normal ou cesariana. Aqui no Brasil essa prescrição ainda não é sistemática e o mais preocupante é o retorno à atividade física da mamãe antes de ser avaliada por um ginecologista. A ansiedade e a procura para a retomada do corpo em forma pode favorecer o surgimento de futuros problemas nessa esfera uroginecológica que muitas vezes são negligenciados. Um exemplo comum é fazer exercícios para fortalecer os abdominais sem antes ter a certeza de que os músculos do assoalho pélvico estão fortes o suficientes para suportarem um aumento da pressão intra-abdominal.
Diante dessas evidências, torna-se pertinente discutir esse assunto com o ginecologista e um fisioterapeuta especializado, afim de se ter uma avaliação necessária e correta de toda a musculatura e a eleição da melhor forma de tratamento e/ou do recondicionamento muscular. Nunca é tarde para começar o fortalecimento dos músculos do períneo! O importante é não deixar de realizá-lo!